Marcelinho tinha uma cicatriz no rosto, as
pessoas de seu colégio não falavam com ele e nem sentavam ao seu lado, na
realidade quando os colegas de seu colégio o viam franziam a testa devido à
cicatriz ser muito feia.
Então a turma se reuniu com o professor e foi sugerido que aquele menino da
cicatriz não frequentasse mais o colégio, o professor levou o caso à diretoria
do colégio.
A diretoria ouviu e chegou à seguinte conclusão:
Que não poderia tirar o menino do colégio, e que conversaria com o menino e ele
seria o ultimo a entrar em sala de aula, e o primeiro a sair, desta forma
nenhum aluno via o rosto do Marcelinho, a não ser que olhassem para trás.
O professor achou magnífica a idéia da diretoria, sabia que os alunos não
olhariam mais para trás.
Levado ao conhecimento do Marcelinho da decisão ele prontamente aceitou a
imposição do colégio, com uma condição:
Que ele compareceria na frente dos alunos em sala de aula, para dizer o porquê
daquela CICATRIZ.
A turma concordou, e no dia Marcelinho entrou em sala dirigiu-se a frente da
sala de aula e começou a relatar:
- Sabe turma eu entendo vocês, na realidade esta cicatriz é muito feia, mas foi
assim que eu a adquiri:
- Minha mãe era muito pobre e para ajudar na alimentação de casa minha mãe passava
roupa para fora, eu tinha por volta de 7 a 8 anos de idade…
A turma estava em silencio atenta a tudo.
O menino continuou: além de mim, haviam mais 3 irmãozinhos, um de 4 anos, outro
de 2 anos e uma irmãzinha com apenas alguns dias de vida.
Silêncio total em sala.
-… Foi aí que não sei como, a nossa casa que era muito simples, feita de
madeira começou a pegar fogo, minha mãe correu até o quarto em que estávamos
pegou meu irmãozinho de 2 anos no colo, eu e meu outro irmão pelas mãos e nos
levou para fora, havia muita fumaça, as paredes que eram de madeira, pegavam
fogo e estava muito quente…
Minha mãe colocou-me sentado no chão do lado de fora e disse-me para ficar com
eles até ela voltar, pois minha mãe tinha que voltar para pegar minha irmãzinha
que continuava lá dentro da casa em chama.
Só que quando minha mãe tentou entrar na casa em chamas as pessoas que estavam
ali, não deixaram minha mãe buscar minha irmãzinha. Foi aí que decidi. Peguei meu irmão de 2 anos que estava em meu colo e o
coloquei no colo do meu irmãozinho de 4 anos e disse-lhe que não saísse dali
até eu voltar. Saí de entre as pessoas, sem ser notado e quando perceberam eu já tinha entrado
na casa. Havia muita fumaça, estava muito quente, mas eu tinha que pegar minha
irmãzinha.
Eu sabia o quarto em que ela estava. Quando cheguei lá ela estava enrolada em um lençol e chorava muito… Neste momento vi caindo alguma coisa, então me joguei em cima dela para protegê-la,
e aquela coisa quente encostou-se em meu rosto…
A turma estava quieta atenta ao Marcelinho e envergonhada então o menino
continuou: Vocês podem achar esta CICATRIZ feia, mas tem alguém lá em casa que acha linda
e todo dia quando chego em casa, ela, a minha irmãzinha me beija porque sabe
que é marca de AMOR.
o Fundador de minha comunidade sempre repete que precisamos deixar de sermos julgadores de nossos irmãos procurar olhar não as cicatrizes das pessoas e sim almas, quantos Marcelinhos cruzam o nosso caminho todos os dias com cicatrizes expostas ou mesmos cicatrizes causadas pela indiferença falta de amor nós não temos noção de quanto mal podemos fazer quando deixamos de olhar os nossos irmãos com o olhar de Jesus
ResponderExcluir